sábado, 10 de abril de 2021

Origem de Osíris é bem distante de sua localização atual, revela análise

Representação do exoplaneta HD 209458b (Foto: Mark Garlick/University of Warwick)

Uma equipe internacional de astrônomos liderada pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, encontrou evidências de que o exoplaneta HD 209458b, conhecido como Osíris, se formou em um lugar diferente daquele que ocupa hoje. A pesquisa, publicada nesta quarta-feira (7) na revista Nature, tem como base a composição atmosférica do astro, que possui uma diversidade notável de moléculas.

Com a ajuda do telescópio Nazionale Galileo na ilha de La Palma, os cientistas identificaram pelo menos seis compostos diferentes na atmosfera: cianeto de hidrogênio, metano, amônia, acetileno, monóxido de carbono e baixas quantidades de vapor d'água. Usando modelos de formação planetária, os astrônomos compararam a “pegada química” do HD 209458b com o que seria esperado para esse tipo de astro e se surpreenderam com os altos níveis de carbono.

As evidências sugerem que gás rico em carbono esteve envolvido na formação de Osíris, algo que só seria possível caso o astro estivesse localizado em uma órbita mais distante de sua estrela — hoje, o exoplaneta está a cerca de 7 milhões de quilômetros do seu Sol. Os pesquisadores estimam que a distância necessária para isso ocorrer seria similar à de Júpiter em relação ao nosso astro-rei: de aproximadamente 778 milhões de quilômetros.

De acordo com Siddharth Gandhi, do departamento de física da Universidade de Warwick, a suposição faz sentido, uma vez que os planetas que orbitam perto do Sol costumam ter atmosferas ricas em oxigênio, não em carbono. Isso acontece porque perto do Sol é mais quente e, com isso, uma grande proporção de oxigênio permanece na atmosfera em forma de vapor de água. Quanto mais distante da estrela, mais frio fica e essa água condensa, dando mais espaço para que moléculas baseadas em carbono e nitrogênio componham a atmosfera.

As descobertas feitas pela equipe podem ser úteis para classificar os planetas em termos de local de formação e evolução. Além disso, com telescópios novos e mais poderosos que estarão disponíveis futuramente, os cientistas esperam que a técnica de identificar o maior número de moléculas possível viabilize o estudo da composição química de exoplanetas onde pode haver vida.


Fonte:Revista Galileu


 

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