Um grupo de astrônomos da Universidade de Leiden, na Holanda, publicou na última sexta-feira (19) uma imagem com um mapa do céu que contém mais de 25 mil buracos negros supermassivos. O trabalho será publicado na revista Astronomy & Astrophysics, mas já traz um panorama do que pôde ser feito até agora.
Para atingir o feito, o grupo usou emissões de rádio para mapear os buracos negros em 52 estações diferentes, localizadas em nove países europeus, com antenas da rede LOFAR (Low-Frequency Array). Foram utilizadas 256 horas de observação do céu para localizá-los, o que resultou no mapa com 4% da metade do lado norte do céu. A meta, entretanto, é mapear o céu por inteiro.
A pesquisa é liderada por Francesco de Gasperin, que disse que o resultado veio “de muitos anos de trabalho em dados incrivelmente difíceis. Tivemos que inventar novos métodos para converter os sinais de rádio em imagens do céu”.

Como a imagem foi feita
Os pesquisadores citam que o método é complicado pela ionosfera que envolve a Terra. “Essa camada de elétrons livres age como uma lente turva que se move constantemente pelo radiotelescópio”, diz o comunicado. Reinou van Weeren, coautor da pesquisa, diz que a sensação é parecida com tentar “ver o mundo enquanto está imerso em uma piscina”. “Quando você olha para cima, as ondas na água da piscina desviam os raios de luz e distorcem a visão”, disse ele.
Para compor a imagem, os pesquisadores utilizaram supercomputadores com novos algoritmos para corrigir esse efeito da ionosfera a cada quatro segundos. “Depois de muitos anos de desenvolvimento de software, é maravilhoso ver que, agora, realmente funcionou”, disse Huub Röttgering, diretor do Observatório de Leiden.
A imagem em si, inclusive, impressiona pelo fato de se assemelhar a um céu com milhares de estrelas. Por outro lado, esses são buracos negros, cada um “localizado em uma galáxia diferente e distante”.
Fonte:Olhar Digital e The Independent
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