Câmara vota contra declaração de emergência de Trump

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, lidera ofensiva da oposição contra muro de Donald Trump — Foto: Emmanuel Dunand/AFP

Os deputados aprovaram nesta terça-feira (26) na Câmara de Representantes dos Estados Unidos uma resolução contra a declaração de "emergência nacional" feita pelo presidente Donald Trump para obter dinheiro para construir um muro na fronteira com o México.

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Foram 245 votos a favor da resolução e 182 contra, e a maioria democrata - com o apoio de 13 deputados republicanos - rejeitou a medida de Trump para usar o dinheiro para o muro. O Congresso já havia se apropriado do valor para outros projetos.

Agora, o texto seguirá para o Senado, com maioria republicana, mas ainda assim há chance de ser aprovado devido à preocupação do partido com relação às ações do presidente.

Trump prometeu vetar a medida caso chegue a sua mesa.

Trump decreta emergência nacional para conseguir verba para muro — Foto: Reprodução/JN

Após ameaçar desde o final do ano passado tomar a medida, Trump decretou emergência nacional em 15 de fevereiro, mesmo dia em que assinou um novo projeto de orçamento proposto pelo Congresso, que evitou uma nova paralisação do governo, mas não incluiu a verba que ele pedia para o muro.

O presidente queria que os congressistas incluíssem no orçamento o valor de US$ 5,7 bilhões para a obra, mas a proposta aprovada prevê US$ 1,4 bilhão para reforçar a segurança na fronteira através de outros métodos, sem a construção da barreira.

Caso o estado de emergência entre em vigor, seriam desviados valores de outros setores do governo, em um total de US$ 6,7 bilhões, para que Trump possa aplicar no setor que declarou emergencial - ele alega que há uma "crise humanitária na fronteira com o México", embora os números não comprovem essa teoria.

Processo

Antes mesmo de a Câmara agir, diversos estados se manifestaram contra a medida. No dia 18, uma coalizão de 16 estados, liderada pela Califórnia, entrou na Justiça contra o governo federal, argumentando que Trump desrespeitou a separação de poderes.

"Estamos processando o presidente Trump para fazer com que ele pare de roubar o dinheiro do contribuinte de nossos estados. Para a maioria de nós, a Presidência não é lugar para teatro", disse o procurador-geral da Califórnia, Xavier Becerra.

Mapa mostra onde passaria o muro na fronteira de EUA e México proposto por Trump — Foto: G1

Fonte:G1