sábado, 29 de setembro de 2018

Soldado que agrediu servidor em São Luís se apresenta à polícia



O soldado do Centro Tático Aéreo (CTA) Eduardo da Luz Soares, que agrediu o servidor público Anderson Pereira da Silva na última segunda (24), se apresentou na Delegacia da Cohab, em São Luís, nesta sexta-feira (28). Ele estava na companhia de um advogado, prestou esclarecimentos e foi liberado.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Corregedoria da Polícia Militar abriu sindicância demissória para tomar as providências e que o inquérito vai tramitar no 6º Distrito Policial. Em nota, o Centro Tático Aéreo (CTA) informou que o soldado vai ser apresentado ao Comando Geral da Polícia Militar para que responda penal e administrativamente. Já Anderson Pereira continua internado em um hospital particular de São Luís após as agressões.
Soldado do Centro Tático Aéreo (CTA), Eduardo da Luz Soares, foi flagrado agredindo um servidor em São Luís — Foto: Reprodução/TV MiranteSoldado do Centro Tático Aéreo (CTA), Eduardo da Luz Soares, foi flagrado agredindo um servidor em São Luís — Foto: Reprodução/TV Mirante
Soldado do Centro Tático Aéreo (CTA), Eduardo da Luz Soares, foi flagrado agredindo um servidor em São Luís — Foto: Reprodução/TV Mirante

Entenda o caso

Imagens das câmeras de segurança de uma loja de conveniência em um posto de combustível na região da Cohab/Anil, em São Luís, flagraram o soldado Eduardo Soares agredindo o servidor público Anderson Pereira da Silva.
Policial e servidor público discutem dentro de loja de conveniência em São Luís — Foto: Reprodução/DivulgaçãoPolicial e servidor público discutem dentro de loja de conveniência em São Luís — Foto: Reprodução/Divulgação
Policial e servidor público discutem dentro de loja de conveniência em São Luís — Foto: Reprodução/Divulgação

Eduardo dá um soco no rosto da vítima, que cai desacordada. Fora da loja, Anderson é agredido com uma rasteira por um outro homem que estava junto do Eduardo. Por fim, o policial saca uma arma e dispara contra Anderson, que foi atingido no pé. A Federação de Jiu-Jitsu do Maranhão repudiou a atitude do militar, que é filiado à entidade há menos de 10 dias.
“A federação vai tomar as medidas cabíveis, vai estar reunindo todo o corpo diretivo, anunciar nota de repúdio e vai puni-lo como atleta da modalidade, mesmo ele sendo iniciante. Essa punição pode ser da mais branda, desde suspensão de competições até mesmo ser banido do esporte, porque nós não compactuamos com esse tipo de atitude”, declarou o presidente da Federação de Jiu-Jitsu do Maranhão, Wellyngton Menezes.
Servidor público é agredido por policial em São Luís — Foto: Reprodução/DivulgaçãoServidor público é agredido por policial em São Luís — Foto: Reprodução/Divulgação
Servidor público é agredido por policial em São Luís — Foto: Reprodução/Divulgação

Outros casos

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de 2014 a 2017 o Maranhão teve um crescimento de 79,4% da letalidade da polícia. Nesses três anos, 386 pessoas morreram em decorrência de intervenções policiais, sendo 110 só em 2017.
“Nós não podemos ter pessoas andando armadas com uma espécie de licença para matar. Isso é apenas agravar uma cultura de violência consistente, estruturada na sociedade brasileira.O Estado tem que trabalhar para a pacificação social, não como instrumento de vingança e muito menos um instrumento de extermínio”, comentou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão, Rafael Silva.

Em junho de 2018, o sargento da PM Marcos Vinicius Gomes da Costa matou a ex-namorada e depois tirou a própria vida no bairro da Cohab, em São Luís.
PM matou a ex-namorada em São Luís. — Foto: Reprodução/TV MirantePM matou a ex-namorada em São Luís. — Foto: Reprodução/TV Mirante
PM matou a ex-namorada em São Luís. — Foto: Reprodução/TV Mirante
Em dezembro de 2017, o policial militar Tiago Paz atirou no rosto de Fabrício Couto Correia, de 19 anos, após o cachorro do militar ter avançado em Fabrício. O caso aconteceu no bairro João de Deus, em São Luís.
00:00/03:11
SSP investiga conduta de policial militar suspeito de ter atirado em jovem no Maranhão
Segundo a Defensoria Pública do Estado, por dia são registradas, em média, duas denúncias de agressões policiais das mais variadas formas. Para o defensor público Jean Carlos Pereira, policiais também podem ser punidos por desvio de conduta.

“O policial que age além de suas funções, como qualquer agente público, pode ser responsabilizado cível, penal e administrativamente. Então ele pode pagar o dano causado ao estado e à vítima e pode ser responsabilizado pela perda do cargo. Penalmente, pode ser preso”, contou o defensor.


Fonte:G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts Relacionados